Mapa de Mosqueiro-Belém-Pará

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Bem-vindo ao blog do PT de Mosqueiro, aqui nós discutimos a organização e atuação do Partido dos Trabalhadores nas relações sociopolíticas e econômicas do Brasil e do Pará. Também debatemos temas gerais sobre política, economia, sociedade, cultura, meio ambiente, bem como temas irreverentes que ocorrem no Mundo, no Brasil, no Pará, mas em especial na "Moca". Obrigado por sua visita e volte sempre!

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Ex-jogadores comentaristas destruíram o jornalismo esportivo

 

joao saldanha Ex jogadores comentaristas destruíram o jornalismo esportivo

João Saldanha faz falta

Houve um tempo, dizem os anciões do templo do futebol, em que comentaristas eram pessoas esclarecidas que se preparavam para exercer esse papel (coadjuvante, mas fundamental) no programa de auditório que sempre foi o jornalismo esportivo. Hoje em dia, não. Qualquer ex-jogador aventureiro lança mão de um bico, a ponto de estarmos assistindo à uma invasão bárbara dessa espécie de parasita desocupado.

Os amantes do esporte deveriam quebrar agências bancárias e incendiar concessionárias de carros de luxo em protesto contra essa indecência. Com a advento das TVs a cabo, então, perdeu-se qualquer pudor ou senso de ridículo. Tem lugar pra qualquer um. Até argentinos e colombianos foram convocados para a pelada. Alguém entende o que Sorín, Louco Abreu ou Rincón dizem, além de palavrões pronunciados ao vivo? Não que faça diferença. Mas.

Nos canais abertos, estávamos expostos a Neto e seu português primitivo, a Denilson ou Edmundo e suas observações inúteis, ao Casagrande (que às vezes faz voz de bêbado, às vezes de vítima de AVC), ao sonolento Caio Ribeiro e outros aposentados que não souberam guardar dinheiro. O Ronaldo? Será que ele ainda está com vergonha da Copa? Deixa pra lá.

Junto com o Mundial da Fifa, veio um tsunami dessas figuras que não constam em nenhum álbum. As emissoras devem ter localizado essa turma pesquisando no site do INSS. Roger, Belletti, Juninho Pernambucano, Ricardo Rocha, Edinho, Roberto Carlos e uma legião de ex-atletas que mal sabiam amarrar os cadarços da chuteira na grande área. Constrangedor. Um porre. Pelo menos desistiram do Pelé.

Para sermos justos, há um jogador que foi espetacular e continua dando um show de bola. Exatamente: Tostão. Esse cara é uma estrela solitária, um diamante, um rei. Não dá para servir como referência, simplesmente porque é único. Vida longa.

Não querendo ser saudosista, faz falta os grandes mestres do jornalismo esportivo, aqueles que abriram as portas para essa geração de parasitas. Mas é jogo jogado. Esse tempo não voltará, não há mais inteligência disponível para exercer essa função. É um Juca Kfouri aqui, um José Trajano acolá. E acabou. Nunca mais João Saldanha. Nunca mais Nelson Rodrigues. Nunca mais?

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Repostando do Blog do Professor Yúdice

Exercícios mentais trágicos

Imagine a seguinte situação: em um dia qualquer, você sai de casa e sofre um acidente de trânsito ou então um assalto no qual é baleado. Como consequência, fica tetraplégico. Horrível de pensar, não? Mas existe solução? Pelo visto, existe sim: basta a seleção brasileira de futebol jogar e o Neymar fazer um gol. Aliás, segundo a imprensa, um golaço!
Ato contínuo, você se erguerá da cadeira de rodas e andará.
O brasileiro aí da foto se chama Miguel Ângelo Laporta Nicolelis, um médico e neurocientista paulista de 53 anos. Na década passada, foi apontado pela revista Scientific American como um dos 20 maiores cientistas do mundo. Premiado e reconhecido internacionalmente, lidera uma pesquisa da Universidade Duke (Durham, Estados Unidos), na área de fisiologia de órgãos e sistemas, que pretende permitir ao cérebro comandar próteses e, assim, permitir o movimento controlado e consciente a pessoas dotadas de deficiências físicas.
Segundo o seu currículo Lattes: "Atualmente é professor titular do Departamento de Neurobiologia e Co-Diretor do Centro de Neuroengenharia da Duke University (EUA), professor do Instituto Cérebro e Mente da Escola Politécnica Federal de Lausanne (Suíça) e Presidente do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS). Tem experiência na área de Fisiologia, com ênfase em Neurofisiologia, atuando principalmente nos seguintes temas: informática médica, eletrofisiologia, sistemas sensoriais, sistema somestésico e próteses neurológicas."
Nicolelis deveria ser a melhor coisa da copa da FIFA no Brasil. Em minha opinião, a única coisa boa. Foi anunciado com anos de antecedência que, se tudo desse certo, na abertura do evento um paciente com deficiência usaria um exoesqueleto para chutar uma bola. Seria o primeiro chute da copa, uma demonstração dos méritos da ciência brasileira.

O chute aconteceu, no último dia 12. O voluntário Juliano Pinto, de 29 anos, usou o exoesqueleto. Mas a Globo, emissora oficial dos jogos, exibiu a cena por apenas 7 segundos, porque preferiu mostrar o ônibus da seleção brasileira chegando ao estádio. Sintomático. Pressionada nas redes sociais, a Globo culpou a FIFA pela escolha, omitindo o fato de possuir cinco câmeras exclusivas, fato de que se ufanou publicamente por muito tempo.
Assim, o cientista Nicolelis foi parar na fogueira da insanidade brasileira. A atual copa é menos um evento esportivo do que mais um capítulo na interminável, grosseira e burra guerra de pseudoideologias políticas e sociais em que estamos chafurdados. Você odeia o PT, então não pode elogiar a copa e, com isso, até uma pesquisa científica da maior relevância se tornou alvo de chacotas.
"Ideólogos" oficiais e mais conhecidos dos setores mais deprimentes da sociedade brasileira, Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo tripudiaram do cientista que, felizmente, não deixou por menos e respondeu à altura (veja aqui). Mas ele não merecia ter seu nome sequer pronunciado por esses dois beócios. Para minorar um pouco os nossos pecados, este foi um caso em que mesmo a imprensa, deslumbrada e mal intencionada, sentiu que não podia ficar do lado dos maus: foi obrigada a valorizar Nicolelis e seu trabalho. Isso é um alento, sem dúvida, mesmo que amanhã somente os especialmente interessados no tema se recordem de seu nome. O restante do povo estará injetando a tabela da copa na veia.
Entusiasta da ciência, sou fã de Nicolelis, ainda que lamentando que a brasilidade de sua pesquisa dependa de políticas públicas e recursos estrangeiros, como sempre. Mas ela existe e traz o nome do Brasil na frente. Para iluminar os caminhos de quem pode vir a ser o futuro da ciência brasileira, se chegar o dia em que ela, enfim, seja levada a sério.
Até lá, os gritos de gol serão dados das cadeiras de rodas e leitos de hospital, como hoje em dia.

A culpa é de Yúdice Andrade às 00:17:00

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Justiça suspende direitos políticos do ex-prefeito de Belém

16/06/2014 12h15 - Atualizado em 16/06/2014 12h46

Justiça suspende direitos políticos do ex-prefeito de Belém

Duciomar Costa foi punido por improbidade administrativa em 2005.
Ele foi multado em R$ 651 mil e está proibido de fazer contratos.

Do G1 PA

Prefeito de Belém pode pagar multa por irregularidades no BRT (Foto: Oswaldo Forte/Amazônia Hoje)

Duciomar foi prefeito de Belém entre os anos de 2005
e 2012. (Foto: Oswaldo Forte/Amazônia Jornal)

O ex-prefeito de Belém, Duciomar Costa, teve os direitos políticos suspensos pela Justiça Federal por irregularidades na tentativa de compra de um hospital no ano de 2005. Ele foi condenado a pagamento de multa de R$ 651 mil e está proibido de fazer contratos com o poder público por cinco anos. Costa ainda pode recorrer.

Na decisão, divulgada pelo Ministério Público Federal (MPF/PA) nesta segunda-feira (16), o juiz federal autor da sentença, Rafael Lima da Costa, acredita que o modo como foi feita a compra do hospital, compra cancelada por determinação judicial, “demonstra o nítido propósito de burlar as regras constitucionais e legais estabelecidas, em prejuízo do próprio serviço público de saúde e em benefício indevido de particulares”.

saiba mais

A ação por improbidade foi levada à Justiça pelo Ministério Público Federal (MPF) em 2008. O MPF apontou diversas irregularidades na aplicação de recursos públicos federais pela prefeitura.

De acordo com o MPF, a compra não foi previamente aprovada pelo Conselho Municipal de Saúde, houve dispensa indevida de licitação, preços superfaturados, e tentativa de fraudar restrições legais que impedem o poder público de fazer contratos com entidades privadas em dívida com o Estado.

Duciomar Costa foi prefeito de Belém entre os anos de 2005 e 2012. Durante seu último mandato foi iniciada a construção do BRT (Bus Rapid Transit), um modelo de ônibus expresso que seria uma alternativa para o transporte público na capital. A obra não foi concluída na gestão de Duciomar.

O G1 tenta contato com o advogado de Duciomar Costa, mas ele ainda não foi localizado.

domingo, 8 de junho de 2014

Economist: hegemonia da Globo não tem comparação no mundo!

 

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Essa matéria da Economist faz algumas comparações arrepiantes entre o tamanho da Globo no Brasil e o tamanho das principais TVs norte-americanas.
Arrepiante por duas razões: 1) eu, que escrevo há anos sobre mídia, nunca tive acesso a essa informação; 2) agora temos noção melhor do papel nocivo da Globo na democracia brasileira.
A parte da reportagem que mais me interessou, como eu disse acima, foi a comparação entre Brasil e EUA, feita nos dois primeiros parágrafos. Eu mesmo traduzo:
Quando a Copa do Mundo começar no dia 12 de junho, dezenas de milhões de brasileiros irão assistir às festas na TV Globo, o principal canal aberto da televisão do país. Mas para a Globo será apenas mais um dia de grande audiência. Não menos que 91 milhões de pessoas, pouco menos da metade da população, passa pelo canal durante o dia: o tipo de audiência que, nos EUA, acontece apenas uma vez ao ano, e apenas para o canal que ganha o direito, naquele ano, de exibir o Super Bowl, o jogo dos campeões do futebol americano.
A Globo é certamente a empresa mais poderosa do Brasil, dado o seu alcance em tantos lares. O seu concorrente mais próximo, a Record, tem uma audiência de apenas 13%. O canal de TV mais popular dos Estados Unidos, a CBS, tem apenas 12% da audiência durante o horário nobre, e seus principais concorrentes oscilam em torno de 8%.
(…)
Em outro trecho da matéria, comenta-se o poder da Globo de moldar comportamentos no Brasil. “Seus programas também moldam a cultura nacional”. Não é assustador que esse poder fique concentrado em mãos de uma só empresa, de uma empresa que, por sua vez, consolidou-se na ditadura e que uma postura fortemente partidária e ideologizada?
A revista comenta que, em outros países latino-americanos, como na Argentina e no México, os governos estão combatendo o excesso de poder da mídia, mas o “governo brasileiro é mais dócil em relação aos proprietários de mídia”.
Repare que a Economist faz qualquer reparo “antibolivariano”, tanto que ela toma o cuidado de citar um governo de esquerda (Argentina) e um de direita (México).
E aí, Dilma, agora entende porque precisamos de uma lei para dar fim a esse monopólio? A hegemonia da Globo já está causando estranheza internacional!
O mundo está olhando mais para nosso país e uma das coisas que o tem surpreendido negativamente é a concentração midiática, que é uma faceta de nosso atraso cultural e político.
Afinal, queremos ou não ser um país democrático?
(Tijolaço)