Mapa de Mosqueiro-Belém-Pará

Mapa de Mosqueiro-Belém-Pará

Bem-vindo ao blog do PT de Mosqueiro, aqui nós discutimos a organização e atuação do Partido dos Trabalhadores nas relações sociopolíticas e econômicas do Brasil e do Pará. Também debatemos temas gerais sobre política, economia, sociedade, cultura, meio ambiente, bem como temas irreverentes que ocorrem no Mundo, no Brasil, no Pará, mas em especial na "Moca". Obrigado por sua visita e volte sempre!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

O torturador de Dilma

 

Do Portal IG: 

Acusado pelo Ministério Público Federal de participar da morte de seis presos políticos e torturar outras 20 pessoas, entre elas a presidenta eleita Dilma Rousseff, o tenente-coronel reformado do Exército Maurício Lopes Lima descreve a violência nos porões da ditadura como algo “corriqueiro”. Na mesma semana em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o torturador de sua sucessora hoje deve estar se torturando, a reportagem do iG encontrou o militar levando uma vida calma na praia das Astúrias, no Guarujá.


Homem apontado como torturador de Dilma pediu para não ser fotografado e permitiu apenas reprodução de imagem sua tirada na época


Hoje aposentado, ele fala tranquilamente sobre os acontecimentos relatados em 39 documentos que serviram de base para a ação civil pública ajuizada na 4ª Vara Cível contra ele. Questionado sobre o uso da tortura nos interrogatórios, comentou: “Era a coisa mais corriqueira que tinha”, afirmou. Embora negue ter torturado Dilma, ele admite que teve contato com a presidenta eleita. Diz que na época não podia sequer imaginar que a veria na Presidência. “Se soubesse naquela época que ela seria presidenta teria pedido: ‘Anota meu nome aí. Eu sou bonzinho’”, afirma.


A ação aberta contra Lima e os demais acusados – dois ex-militares e um ex-policial civil - se refere ao período entre 1969 e 1970, quando Lima e outros três acusados integraram a equipe da Operação Bandeirante e do DOI-Codi, ambos protagonistas da repressão política durante a ditadura militar (1964-1985). Entre os documentos, está um depoimento de Dilma à Justiça Militar, em 1970, no qual ela pede a impugnação de Lima como testemunha de acusação, alegando que o então capitão do Exército era torturador e, portanto, não poderia testemunhar.


“Pelos nomes conhece apenas a testemunha Maurício Lopes Lima, sendo que não pode ser considerada a testemunha como tal, visto que ele foi um dos torturadores da Operação Bandeirante", diz o depoimento de Dilma. Na época com 22 anos, a hoje presidenta eleita foi presa por integrar a organização de esquerda VAR-Palmares. No mesmo depoimento Dilma acusa dois homens da equipe de Lima de ameaçá-la de novas torturas quando ela já havia sido transferida para o presídio Tiradentes. Ela teria questionado se eles tinham autorização judicial para estarem ali e recebido a seguinte resposta: “Você vai ver o que é juiz lá na Operação Bandeirante”.


Outros depoimentos deixam mais evidente a ação do militar, como o do frade dominicano Tito de Alencar Lima, o Frei Tito, descreve em detalhes como foi colocado no pau-de-arara e torturado por uma equipe de seis homens liderados por Lima. “O capitão Maurício veio buscar-me em companhia de dois policiais e disse-me: ‘Você agora vai conhecer a sucursal do inferno’”, diz um trecho do depoimento, no qual ele diz ter recebido choques elétricos e “telefones” (tapas na orelha), entre outras agressões.


O então capitão do Exército é acusado também de ter participado da morte de Vírgilio Gomes da Silva, o "Jonas" da ALN, outra organização de esquerda que defendia a luta armada. Líder do sequestro do embaixador dos EUA Charles Elbrick, Virgílio foi assassinado no DOI-Codi, conforme admitiu oficialmente o Exército em 2009. Lima nega todas as acusações. Leia abaixo trechos da entrevista concedida por Lima ao iG:


iG - Como era chegar em casa e pensar que uma moça como a Dilma, de vinte e poucos anos, havia sido torturada?


Lima - Nunca comentei isso com ninguém, mas desenvolvi um processo interessante. Eu não voltava mais para casa, pois achava que podia morrer a qualquer momento. Me isolei dos amigos e das pessoas que gostava. O quanto mais pudesse ficar longe melhor. Era uma fuga.


iG - O senhor fugia do que?


Lima - De uma realidade. Eu sabia que ia morrer. Minha mulher estudava história na USP. Ela soube por terceiros que eu estava no DOI-Codi. As colegas dela todas presas.


iG - Então não era a tortura que o incomodava?


Lima - É como um curso na selva. No primeiro dia você vê cobras em todo canto. No terceiro dia você toma cuidado. Depois do décimo dia passa um cobra na sua frente e você chuta. É adaptação.


iG - Se tornou uma coisa banal?


Lima - Sim.


iG - E hoje em dia o que o senhor pensa daquilo?


Lima - Penso que só é torturado quem quer. Agi certo. Arrisquei minha vida. Não tive medo. Não tremi, não. E não torturei ninguém. Pertenci a uma organização triste, sim. O DOI-Codi, a Operação Bandeirante eram grupos tristes.


iG - O senhor está pesquisando no projeto Brasil Nunca Mais para preparar sua defesa?


Lima - Sim. Primeiro porque não sei quem falou. Uns me citam, outros "ouvi dizer".


iG - O MPF cita sua participação em torturas contra 16 pessoas.


Lima - É. Outro que me deixa fulo da vida é o Diógenes Câmara Arruda (ex-dirigente do PCB preso na mesma época que Dilma). Ele faz a minha ligação como torturador dele e o CCC (Comando de Caça aos Comunistas, grupo de extrema direita que atuou nas décadas de 60 e 70). Eu tinha uma bronca desgraçada do CCC. Me referia a eles como "aqueles moleques chutadores de porta de garagem". É o que eles eram. Nunca tive nada com o CCC.


iG - O senhor também é acusado de participar da morte do Virgílio Gomes da Silva (o "Jonas" da ALN, morto no DOI-Codi em 29 de setembro de 1969).


Lima - Me acusam de ter matado o Virgílio e de ter torturado o filhinho dele (então com quatro meses de idade). Eu não estava lá e demonstro para quem quiser ver (se levanta e pega um livro do Exército com os registros de todas suas mudanças e transferência ao longo da carreira). Isso são minhas folhas de alterações militares. Pode olhar aí. Fui transferido para a Operação Bandeirante no dia 3 de outubro. O Virgílio foi morto no dia 29 de setembro.


iG - Não havia entre os militares a questão moral de que a tortura desrespeita os direitos humanos?


Lima - A tortura diz respeito a direitos humanos e o terrorismo também.


iG - Um erro justifica o outro?


Lima - Estão ligados. Tortura no Brasil era a coisa mais corriqueira que tinha. Toda delegacia tinha seu pau-de-arara. Dizer que não houve tortura é mentira, mas dizer que todo delegado torturava também é mentira. Dependia da índole. As acusações não podem ser jogadas ao léu. Têm que ser específicas. Eu sei quem torturava e não era só no DOI-Codi, era no Dops também. Mas eu saber não quer dizer que eu possa impedir e nem que eu torturasse também. A tortura é válida para trocar tempo por ação.


iG - Quem torturava?


Lima - O maior de todos eles já morreu e não dá para falar dos mortos.


iG - Alguma vez o senhor contestou a prática de tortura no DOI-Codi?


Lima - Não porque existia um responsável maior, o comandante do DOI-Codi. Eu fiz a minha parte. Se eu fosse mandado torturar, não torturaria. Outros não. O Fleury (delegado Sérgio Paranhos Fleury), por exemplo, até dava um sorriso.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Nos bastidores da política e as articulações para os cargos no governo em mosqueiro.

A  luta por  cargos no  governo  do estado aqui em mosqueiro  também já começou . As brigas  e picuinhas estão criando um grande divisionismo entre os militantes amarelões, cada um querendo sua fatia do bolo.

Diva palheta , a mais antiga cabo eleitoral  da ilha , quer indicar o gestor da USE (unidade seduc na escola) que comanda as escolas estaduais de mosqueiro e Santa Barbara . A antiga agente distrital já  tem até nomes prediletos , como de seu amigo Pedro Paulo Durinho (atual diretor da escola municipal Ana Barreal) e Emannuelle  filha da aposentada diretora Daguimar  que por coincidência   é  sua comadre e amiga de longas datas .

Paulo pelicano Já falou  que a indicação para diretor no sistema penal é dele , e  pra variar provavelmente ,indicará seu amigo e fiel escudeiro Franck do jornal folha da ilha.

O grande problema é que nada foi combinado com o Pato de Mosqueiro, o  único candidato do PSDB genuinamente mosqueirense e que teve uma votação expressiva nesta ultima eleição . Pato quer indicar o gestor do pólo e também o diretor do sistema penal e já falou que não abre mão .

Pato tá que tá ....... e agora pelicano ?

domingo, 28 de novembro de 2010

ESPAÇO ABERTO


Vamos inaugurar no blog do ptdemosqueiro o ESPAÇO ABERTO, um lugar onde iremos valorizar o que é local, bons projetos, boas idéias, etc. que podem trazer dignidade ao morador Ilhéu. Mas também incluir matérias que falem de Mosqueiro e do mosqueirense de verdade, sem fetiches ou construção de falsas imagens que só distorcem e constroem simbologias fictícias. Esperamos que gostem, tenham uma boa leitura:

É comum vermos e ouvirmos em alguns veículos de comunicação de Mosqueiro propagandeando festas, falando das mesmas localidades e elogiando as mesmas pessoas. Não que sejamos contra esse tipo de matéria, pelo contrário. Porem, a forma como estes temas são excessivamente retratados nas manchetes acabam por criar um veículo de desinformação local. Acreditamos que Mosqueiro vai além de festas de aparelhagens e pessoas se divertindo aos finais de semana, a vida em Mosqueiro dá-se 7 dias por semana, ou melhor, nos 365 dias do ano.
Precisamos valorizar o que há de melhor em Mosqueiro e cultivar os bons projetos e os bons exemplos que fazem com que o “coração da Ilha” pulse. Nesta semana conhecemos um desses exemplos. Moradora do Ipixuna, D. Maria, melhor dizendo, Maria dos Reis vem desenvolvendo um excelente projeto de alfabetização já há alguns meses com crianças, jovens e adultos em parceria com outra moradora do mesmo bairro, D. Roseni, que lhe auxilia no trabalho com as crianças. Lecionam de forma violuntária em pequeno quarto, quer dizer, no que antes era um quarto de uma casa, hoje se tornou numa sala de aula, graças ao incentivo de um morador que realizou o sonho de sua falecida mãe Quitéria de Jesus, de transformar sua casa em espaço que pudesse melhorar a vida das pessoas.
          Hoje a Escola Ambiental “Quitéria de Jesus”, vem contribuindo na formação de muitas pessoas graças à força de vontade e a perseverança de Dona Maria, idealizadora e promovedora do projeto.    





CSR/MS: AS RAZÕES DA DERROTA ELEITORAL E POLÍTICA DO PT NO PARÁ

domingo, 28 de novembro de 2010

BALANÇO PRELIMINAR DAS ELEIÇÕES 2010

Ao apresentarmos este texto não temos a intenção de sermos os donos da verdade, mas sim contribuir com as considerações que entendemos foram decisivas para nossa derrota. Para iniciar, temos que avaliar a condução do nosso governo, que foi o grande “cabo eleitoral” na campanha, para o bem e para o mal. A síntese do nosso balanço é que o PT foi derrotado eleitoral e politicamente, mesmo levando em consideração o aumento da nossa bancada estadual e federal.

BALANÇO DO NOSSO GOVERNO

Sem duvida nenhuma, nosso governo desenvolveu políticas que beneficiaram milhares de pessoas mais pobres do estado. Nunca, um governo estadual, e um governante esteve tão presente nos municípios do estado, levando desenvolvimento, obras, equipamentos e descentralizando a gestão.

Avançamos na política para a juventude, principalmente através do programa bolsa-trabalho, onde mais de 70 mil jovens foram beneficiados. Tiramos da gaveta o projeto ação metrópole, e outros projetos engavetados há décadas pelos governos tucanos anteriores, além de criamos um dos maiores projetos de inclusão digital do país, o navega Pará.

Por tanto, para o CSR, a manutenção do nosso governo, não era uma prioridade apenas para o PT, era uma necessidade do povo pobre do Pará.

Infelizmente, a condução de um governo com tantas vitórias, foi tragicamente prejudicada pela postura de um seleto grupo de “proprietários do governo”, que se transformaram posteriormente no “comando real” da campanha.

Que posturas, destruíram nosso governo:

·         Faltou um norte claro e estratégico que conduzisse o projeto de governo;

·         O governo não tinha centralidade, cada um fazia o que queria, considerando que o que estava fazendo era o melhor pra todos;

·         Devido a falta de norte político, o governo não fez a luta política clara e permanente contra o PSDB, quando tínhamos a possibilidade de destruí-lo quando estava fraco;

·         Aliança equivocada a direita, só beneficiou os tais “aliados”, que na verdade nunca se comprometeram com o governo e sim com as benesses que este lhe dava. Exemplos dos aliados traíras: Wlad, Orlando Reis, Josué Bengtson, Tião Miranda, Juvenil, Alessandro Novelino, entre outras perolas;

·         Se era pra se aliar com o PMDB, que buscasse construir a ponte para garantir a reeleição, ao contrário priorizou outras alianças com partidos inexpressivos;

·         A participação popular (PTP), foi um mero instrumento eleitoral, e não um organizador do povo;

·         O núcleo de governo ficou conhecido por não cumprir acordos, e pela forma atrapalhada como conduziu a relação com as forças políticas do PT;

·         A comunicação do governo era fraca e despolitizada;

·         E finalmente, o PT não era chamado para ser um parceiro das decisões estratégicas sobre a condução do governo;

AS RAZÕES DA DERROTA ELEITORAL

Perdemos a eleição por que não conseguimos reverter os erros de condução do governo descritos acima.

Os erros de governo agregaram uma rejeição altíssima a governadora Ana Julia, chegando algumas vezes a 70% do eleitorado da região metropolitana. Encerramos a eleição girando em torno de 40% de rejeição.

Os iluminados do núcleo dirigente da campanha, acreditavam que o programa de TV mudaria esta rejeição e ganharia a eleição.

Infelizmente, a condução da comunicação da campanha foi desastrosa, desde o slogan “acelera Pará”, que implicitamente dizia que, o Pará tava parado?, passando pelo azul Priante, e terminando com a postura de “estadista” da Ana Julia diante das câmeras, em contraste com a Ana Julia guerreira, vermelha e de luta, que a militância levava as ruas.

O “comando real” da campanha estava a cargo de pessoas de um pequeno núcleo, arrogante, inexperiente, que atropelava o PT, e que acreditava piamente nos novos “aliados” em detrimento aos dirigentes do partido.

Tudo isso, fruto da falta de um planejamento de campanha, feito pelo partido e núcleo dirigente, de forma unificada e que norteasse durante o processo eleitoral.

AS RAZÕES DA DERROTA POLÍTICA

Esta foi a derrota mais duída.

Estar fora do governo é ruim mas já ficamos fora durante muitos anos e o PT não morreu. A forma como foi a derrota é que nos deixou cabisbaixos.

Saímos da eleição com a derrota de duas grandes expressões políticas do partido, Ana Julia e Paulo Rocha. A perda do governo e a vaga pro Senado, aconteceu de forma pior possível, por que não fez a disputa política, se não vejamos:

·         Enquanto Paulo Rocha era chamado de ficha suja, o Flexa Ribeiro, surfou durante a campanha sem ninguém atacá-lo e mostrar que ele sim e ficha suja até sendo preso e algemado;

·         Jatene abandonou o estado, fez obra só pra rico, e somente depois de muita porrada, conseguimos que o nosso programa de TV mostrasse quem era o Jatene;

·         Na maioria das prefeituras do PT a Ana Julia e o Paulo Rocha perderam;

·         Perdemos pra parte do PSDB, parte do DEM e pra uma candidatura anti-Lula e anti-Dilma;

Fomos derrotados politicamente, quando o “comando real” apostou que a TV mudava tudo e ignorou a militância do PT, chegamos a passar quase uma semana sem material de campanha para municiar nossos  “soldados que estavam na frente de batalha”.

Mas a derrota política pior, foi a aposta equivocada numa política de alianças a direita que primeiro se aliou ao Chefe de quadrilha, Duciomar Costa, e depois, com festa e fogos se aliou ao “ex” assassino de sem-terras, que passou a ser, segundo os defensores desta política,” um dos melhores governadores do Pará”.

A aposta numa coligação de 14 partidos, que não se envolviam na campanha, mas que eram beneficiados pelo “comando real” -em detrimento a militância dos partidos de esquerda- que ao sair do comitê ou do Hangar, iam beijar as mãos dos amarelos. Esta coligação se revelou  um verdadeiro “pastel de vento” .

Uma eleição mexe com a paixão, com o coração, com a emoção. Nesta eleição pela condução equivocada do “comando real”, a militância não se apaixonou, não vibrava nos debates, ia pras caminhadas e a candidata não ia, sem que fossem dadas as devidas explicações.

Sem paixão não tem convencimento, não tem engajamento real.

Cabe também uma critica ao companheiros que compõe o campo Construindo um novo Brasil-CNB, que tendo força partidária, tendo as maiores lideranças do PT, e tendo sido o maior vitorioso nas eleições proporcional, não conseguiram impor um ritmo e uma condução diferente na campanha, esta parcela de culpa, o campo majoritário não pode se eximir.

O FINAL- “PAU QUE NASCE TORTO ATÉ A CINZA É TORTA”

Bem passou a campanha, perdemos, nossa militância cabisbaixa, mas tinha um consolo, restavam dois meses de governo e os militantes que eram DAS, refletiam.... “Bem agora deixa eu ajeitar minha vida, pegar o13o para pagar as dividas (algumas de campanha), e ver o que vou fazer ao ser exonerado em janeiro....”

Nada disso, o “comando real”, se superou, ao invés de demitir os amarelos e traíras que estavam no governo, começou a demitir os nossos militantes, os mesmos que pegaram sol e chuva para garantir a reeleição.

Num dia saia um decreto, no outro a governadora revogava, depois soltava mais outro e revogava alguns, enfim uma atrapalhada só. O governo acabou, como começou tropeçando nas pernas.

FORAM EMBORA OS IMPORTADOS, E AGORA ESTAMOS NÓS.

Bem restou para nós que ficamos no PT, avaliar de forma serena e lúcida os erros e buscar debater qual a melhor estratégia para reconstruir o partido, voltar as lutas sociais, realizar uma forte oposição de massa e institucional a Jatene e Duciomar, fortalecer nossas prefeituras, principalmente onde perdemos as eleições e fortalecer um campo de alianças a esquerda visando 2012.

Vamos ao debate!!

Coordenação estadual do CSR/MS

Repostado do Blog da ART Esquerda

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

'Ainda vai morrer muita gente', diz secretário

 

Quarta-Feira, 24/11/2010, 02:33

'Ainda vai morrer muita gente', diz secretário (Foto: Paula Lourinho)

Marcos Antônio chegou a ser atendido no PSM, mas não havia leito na UT (Foto: Paula Lourinho)

“Ainda vai morrer muita gente”. É o que admite o secretário municipal de Saúde, Sérgio Pimentel, caso continue a ocorrer falta de integração entre município e Estado no que se refere à Central de Leitos. “É extremamente incompetente essa falta de integração, a comunicação é difícil. Espero que o próximo governo caminhe para essa integração”, disse.

A crítica do secretário ocorreu durante uma coletiva de imprensa realizada ontem para esclarecer a morte do paciente Marcos Antônio Farias, ocorrido na última segunda-feira. O paciente veio do município de Muaná e morreu a caminho do Pronto-Socorro Municipal Humberto Maradei (Guamá).

Marcos Antônio veio de Muaná para Belém em uma ambulância do Corpo de Bombeiros. O paciente deu entrada no PSM da 14 de Março e foi atendido pelo médico Carlos Madureira. O caso do paciente era considerado grave – pressão alta, catapora, suspeita de pneumonia e estado de pré-coma - e não havia leito disponível na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Por isso, Marcos foi transferido para o PSM do Guamá, onde havia leito, mas morreu a caminho do hospital.

Para o secretário, um “erro de comunicação” pode ter sido determinante para a morte de Marcos. “O paciente não veio referenciado (com comunicação da Central de Leitos para qual hospital deveria ir). O Corpo de Bombeiros pode ter comunicado o Estado, mas não foi repassado para o município. Havia uma vaga no PSM do Guamá, mas infelizmente não deu tempo”.

LEITOS

Segundo o secretário, uma das saídas para melhorar a integração entre município e Estado seria a unificação da Central de Leitos. “Estamos tentando integrar e informatizar a regulação dos leitos para evitar que casos como este ocorram novamente”, afirmou. Pimentel também informou que 11 ambulâncias cedidas pelo governo do Estado ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) já estão em funcionamento.

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informa que está apurando o caso, para saber onde houve o problema de comunicação “entre o município de Muaná e a Central de Leitos da Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma)”. “Pois o correto é o paciente ser encaminhado para a capital paraense apenas depois de confirmada a existência de leito disponível”, diz a nota. (Diário do Pará)

Nota do Blog: Este cidadão? é o engenheiro civil que comanda a Secretaria de Saúde do Município de Belém, é o mesmo que determinou o fechamento do atendimento de Urgência e Emergência na Unidade de saúde de Maracajá, Sucurijuquara e Baía do Sol, e precarizou ainda mais o atendimentos nas outras unidades e no Hospital Geral de Mosqueiro, é o mesmo cidadão(?) que no início de Setembro teve que fugir de Belém, do estado do Pará e do nosso País, para não ser preso pela Polícia Federal, e que depois que retornou (quando já havia um Habeas Corpus preventivo liberado para que o mesmo não fosse para trás das grades) só faltou ser condecorado pelo nosso Des Prefeito(sic..), é cada vez nos convecemos mais…, ou cassamos logo o leviano, nefasto e corrupto DUDU ou vamos ver cada vez mais gente morrendo por falta de atendimento médico, e ainda bem que nosso desprefeito não tem a cara de pau de começar a atender este povo, curtindo uma de médico que ele bem tentou ser através de um diploma falso (todos já conhecem esta história). Ou a polícia coloca atrás das grades o doublê de testa de ferro e secretário municipal de saúde de Belém, ou, de fato, ainda vai morrer muita gente nos prontos socorros da capital, conforme admitiu ontem o patife em tela.
Partícipe do elenco principal de surrupiadores que tungaram por todos os anos os recursos que o Ministério da Saude repassava para Belém, o foragido agora tenta transferir sua responsabilidade penal acusando outro ente público pelas bandidagens cometidas no âmbito da SESMA. Cadeia nele, já!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Eleições 2010 e a vitória do PT em mosqueiro. (breve avaliação)



Depois de alguns dias de ressaca  da  última eleição para governador e presidente, podemos  avaliar através dos números eleitorais  os avanços   que o PT de Mosqueiro obteve neste pleito, e diga-se de passagem , esta foi para o PT da ilha a melhor campanha de sua história , tanto no quantitativo de votos ,quanto na construção de patrimônio político  com  uma grande renovação de quadros militantes. Abaixo temos alguns dos motivos que fizeram da campanha de 2010 , uma campanha vitoriosa para o PT de Mosqueiro :


1-      A força  da militância de base :Demos prioridade para uma campanha militante . Visitamos todos os bairros  e de casa em casa defendemos nosso projeto de governo tanto a nível federal quanto estadual.


2-       Formação política :Armamos nossa militância  através de formação política  para  o enfrentamento com  a direita local , com o objetivo de mostrar a diferença dos dois projetos para sociedade (petista  x demotucano) e enfatizando que o nosso  defende os interesses dos trabalhadores.



3-       Plenárias com a militância :Fizemos reuniões com as mulheres petistas, com a juventude, com os profissionais da educação,com servidores comissionados e contratados , com os assentados, com o movimento LGBT, igrejas evangélicas, com a associação de umbandistas  e entidades esportivas.Alem de 12 caminhadas em bairros da ilha  , 3 carreatas  e  um grande comício no segundo turno no maracajá com lideranças locais do PT (casa histórica dos amarelos).


4-      Renovação de quadros no partido : Derrotamos politicamente alguns que acreditavam ser donos do partido na ilha .Estes  não passavam credibilidade política e moral a comunidade( muito por culpa de seus históricos no período do governo do povo )e  usavam os recursos da campanha em beneficio próprio, muito por culpa disso, ainda temos dificuldade para fazer campanha em alguns bairros.


5-      Enfrentamento político com a direita : Colocamos em  duvida o poder de mobilização e voto dos caciques da direita local, por isso , fomos atacados diariamente pela radio do Wladimir  e pelo jornaleco do Luchard, contudo ,não titubeamos  e levamos o debate para o seio da comunidade   .


6-      Honestidade e transparência :Diferente de outras campanhas , nesta eleição, o PT de mosqueiro cumpriu  com todos os seus compromissos  e saiu da campanha sem dever ninguém .


RESULTADO POLITICO: 

1-No primeiro turno Ana Julia teve 5.236 votos,  no segundo subiu para 6.103.


2-No primeiro turno Dilma teve 6.023 votos , no segundo turno  subiu  para 7.104 votos.


3- O PT teve o deputado federal mais votado da ilha , foi o companheiro Mario Cardoso  com  2.743 votos , enquanto o Wlad com mandato, estrutura e a radio praiana teve 1.933 votos.


4-O PT teve a deputada estadual mais votada da ilha , foi a companheira  Regina Barata  com  1.110 votos , batendo a badalada Cilene Couto filha de senador e com todos os esquemas politicos de louchard e Cia, teve apenas 953 votos.


5- Vencemos pela primeira vez no sucurijuquara ,   tanto com Ana Julia quanto com Dilma ( desmoralizamos nesta localidade  Bené paixão  e alguns petistas corruptos ).



MUITAS VITÓRIAS AINDA VIRÃO , ESTAMOS APENAS COMEÇANDO . VIVA O NOVO PT DE MOSQUEIRO ! VIVA TODA A MILITÂNCIA QUE FOI PARA A BATALHA  ELEITORAL ! VIVA A PRIMEIRA MULHER PRESIDENTA DO BRASIL ! 


SAUDAÇÕES PETISTAS E REVOLUCIONARIAS !





 


Sobre a Vírgula



Muito legal a campanha dos 100 anos da ABI
(Associação Brasileira de Imprensa).

Vírgula pode ser uma pausa.... ou não.
Não, espere.
Não espere..
Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.
Pode criar heróis..
Isso só, ele resolve.
Isso, só ele resolve.
Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.
A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.
A vírgula pode condenar ou salvar.
Não tenha clemência!
Não, tenha clemência!
Uma vírgula muda tudo.
ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.

Detalhes Adicionais:

SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA.

* Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER...
* Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM...

sábado, 20 de novembro de 2010

Viva o dia da Consciência Negra, Viva Zumbi e todos os heróis negros de nossa pátria

Diferentes mas iguais

O Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão, o que está na origem do fato de o país ter construído uma sociedade vergonhosamente injusta, uma das mais desiguais do mundo.

Em homenagem a Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, 20 de novembro foi instituído o Dia da Consciência Negra, para simbolizar a história de lutas dos brasileiros contra o racismo e a discriminação e por igualdade de direitos e de oportunidades. Que hoje todo mundo possa refletir sobre o que é ser diferente, mas igual.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Saiba quais foram os presidentes que já ocuparam o cargo que será de Dilma

R7 traz a linha do tempo dos políticos que comandaram o país

Do R7Dilma Rousseff (PT) foi eleita neste domingo (31) a primeira mulher presidente do Brasil. A partir do dia 1º de janeiro, Dilma vai comandar o país, que já teve à frente do poder Executivo 39 homens. A candidata do PT receberá das mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a faixa presidencial.

Ex-ministra da Casa Civil e de Minas e Energia, Dilma chegou ao cargo mais importante do país como a escolhida por Lula para sucedê-lo. Ex-ministra da Casa Civil e de Minas e Energia, Dilma chega à Presidência aos 62 anos, depois de ter enfrentado a ditadura militar, comandado o principal ministério do governo Lula (a Casa Civil), vencido um câncer no sistema linfático e se tornado avó pela primeira vez, ainda no primeiro turno das eleições.

Saiba quem já ocupou o cargo mais importante do Brasil:

Brasil tem novo recorde de empregos no período acumulado de dez meses

Sexta-feira, 19 de novembro de 2010 - 15h32       Última atualização, 19/11/2010 - 15h32
eband.com.br

No acumulado de janeiro a outubro deste ano, foram criadas 2,4 milhões de vagas formais de trabalho, novo recorde para o período dos dez primeiros meses de cada ano. Segundo o Ministério do Trabalho, que analisa os números com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o número ultrapassou o pico de 2008, quando foram criadas 2,14 milhões de vagas. O crescimento foi de 12%. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira.
Entretanto, se forem considerados apenas os números analisados no mês de outubro, o país não chegou ao seu ápice de criação de empregos. Ao contrário do que havia estimado o ministro do Trabalho Carlos Lupi, que disse que o mês provavelmente registraria recorde, foram criadas 204.804 vagas no mercado, abaixo das 230.956 criadas em 2009. "É efeito do período do ano, quando diminui a produção sucroalcooleira, e cai a contratação de toda a cadeia do setor", explicou Lupi.
Em termos setoriais, dentre os 25 subsetores, oito apresentaram saldos recordes e cinco ficaram com o segundo melhor desempenho para o período. Com isso, o Brasil alcançou a marca de 43,5 milhões de trabalhadores formais, sendo 35,4 milhões deles celetistas, mais alto índice em toda a história do Brasil em todos os tempos. "A economia continua aquecida e forte. Neste ritmo, com certeza alcançaremos a meta de 2,5 milhões de novos empregos criados em 2010. Com a correção das declarações atrasadas, certamente vamos ultrapassar este número", comentou o ministro.
Em outubro, 24 unidades da federação expandiram o emprego com carteira de trabalho. Seis delas assinalaram saldos recordes. Todas as cinco regiões do país obtiveram resultados positivos, com o Nordeste batendo recorde para toda a série histórica do Caged, com 53.291 novos empregos criados em outubro.
"Próximo ao fim do ano aumenta a geração de empregos no Nordeste, muito forte em Turismo e Serviços, e também no Sudeste, que além destes setores, também cresce muito em comércio com as vendas do Natal. Mas às vezes, inesperadamente, chove por 15 dias seguidos, alterando o ciclo da agricultura e adiando o fornecimento de matéria-prima para a indústria da transformação. Sem uva não há vinho", explicou o ministro.

Jhonny Yguison: nove anos de sofrimento

 

WALMIR BRELAZ

"Se o hoje não fosse essa estrada, se a noite não tivesse tanto atalho, o amanha não fosse tão distante, solidão seria nada pra você". (Bob Dylan).


Neste sábado, 20 de novembro de 2010, completam-se nove anos em que Jhonny Yguison passou pela pior experiência de sua vida. Ele era um "flanelinha", uma criança de apenas 12 anos desperdiçando sua infância como trabalhador de rua, ao lado das milhares de crianças que trabalham no Estado do Pará.
Jhonny esperava ansiosamente o sinal fechar, um sinal vermelho. E ele veio. E com ele um policial militar insano.
Aquela criança não poderia imaginar que estava diante de seu último sinal vermelho. Um momento em que, mesmo contra a vontade, guarda com detalhes em sua memória.
- Fui até a um carro vermelho no qual estavam dois homens e perguntei ao motorista se poderia limpar o pára-brisa.
- "Não, não precisa, eu não tenho dinheiro" - me respondeu.
- Tudo bem, tio, não se preocupe, eu limpo assim mesmo e outro dia o senhor me paga. O senhor vai me dar algum presente de Natal?
- E nesse instante o "passageiro" do carro, um policial militar, disse:

- "Ei, moleque, queres ganhar um presente de Natal?"
- Se o senhor quiser me dar, eu aceito.
- Então, ele puxou um revólver e disse: "Já viste uma dessa?" "Queres ganhar um presente?"

E eu, já desconfiado, respondi: não, tio, obrigado.
- E ele bateu o tambor, eu tava de frente mesmo, quando eu virei pra tentar escapar, ele deu ... Eu ouvi o barulho, gritei, senti o cheiro da pólvora e parecia que as minhas pernas voaram. Acho que nesse momento "ela" atingiu a medula.
- E aí eu caí. Começou a me dar falta de ar, as pessoas batiam na minha cara para eu não dormir. Tinha um bocado de gente, eu via as pessoas, mas pareciam de longe. Eu só pensava na minha mãe.
Jhonny caiu agonizando no asfalto quente, enquanto o criminoso fugia do local, avançando o sinal que ainda estava vermelho.
A bala lhe causou um enorme estrago. Entrou por um de seus braços, atravessando seu corpo, tirando-lhe um rim, o baço e um pedaço do fígado, sendo-lhe diagnosticada a paraplegia, ou seja, a incapacidade de movimentar os membros inferiores.
Portanto, de um dia para o outro, com apenas 12 anos de idade, Jhonny ficou paraplégico. E todo esforço para imaginarmos o que isso representa será sempre insuficiente diante da dor imensa que somente ele pode sentir.
- Eu me tornei uma pessoa revoltada. Fiquei um ano sem sair de casa. Durante a noite, no silêncio, tudo parecia um pesadelo. Eu pensava: por que eu não fui logo daqui? Ficar sofrendo assim. Eu tentei me matar com uma faca, mas a minha mãe veio por trás e segurou. Eu achava que não valia a pena viver.
Após nove anos de sua tragédia pessoal, o sofrimento parece não ter fim. Ainda hoje Jhonny sente dores que parecem eternizadas. Do Estado, recebe uma pensão no valor de pouco menos que dois salários mínimos. Em 2008, no processo judicial que ingressou contra o Poder Público, firmou-se um acordo de R$ 200 mil, a serem pagos em 2009. E toda assistência médica necessária lhe deveria ser fornecida.
A indenização foi bloqueada pelo próprio Tribunal de Justiça, o tratamento médico não ocorre de forma satisfatória. Jhonny está com pedras no seu único rim, correndo risco de perdê-lo e com ele, sua vida. E o policial que o mutilou continua em liberdade, agraciado por uma repugnante impunidade.
Jhonny Yguison permanece entrevado em uma cama no quarto frio e escuro de sua humilde casa. Sobrevivendo com a dor e os fantasmas que o assombram há nove anos, na companhia apenas de sua família.
Se alguém pretende ajudá-lo que seja breve, a morte ronda a vida de Jhonny. E se isso acontecer, todos nós, de alguma forma, conviveremos com nossa parcela de culpa.

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WALMIR BRELAZ, advogado, defende Jhonny Yguison no Poder Judiciário

Mosqueiro: convite ao ócio

Mosqueiro

O que pensar de um lugar chamado Mosqueiro, conhecido popularmente como “A Bucólica”? A bucólica Ilha do Mosqueiro, embora o seu nome possa induzir à imagem de um lugar entregue às moscas, é o local de veraneio preferido da maior parte da população da região metropolitana de Belém. E não é de hoje que esta ilha com cerca de 212 km² no estuário dos rios Amazonas e Tocantins atrai àqueles que querem um bom descanso e repor suas energias.
Embora hajam várias versões para a origem do seu nome, como local de desembarque de piratas ou como referência à, também pacata, vila portuguesa homônima, a mais popularmente aceita faz referência à técnica do moqueamento, isto é, uma forma de fumeiro lento feito em carnes e, especialmente em peixes, sobre trempes de madeira, que eram trazidos das baías do Marajó e Colares, ou mesmo da costa norte da ilha. No processo, pequenos cortes eram dados para melhor penetração do carbono – as mosqueias. Ao sul da ilha do moqueio (que depois, por corruptela, tornou-se Ilha do Mosqueiro) eram tratados estes produtos antes de serem levados à comercialização no mercado do haver-o-peso (conhecido atualmente como Ver-o-Peso), desde o século XVII. Já nesta época, as suas praias eram local estratégico para esta paradinha antes de seguir viagem.
Ocupada pelos índios tupinambás, é interessante notar que essa nação tradicionalmente guerreira não se importunasse com essas visitas fortuitas. Não creio que seja possível atribuir a este caso as propalada preguiça indígena. Defendo, contudo que deva haver uma relação indissociável entre a Ilha do Mosqueiro e uma certa vocação para a preguiça e a tolerância.
O primeiro núcleo de ocupação da ilha se fez ao norte, na vizinhança das piscosas baías do Sol e de Colares, de onde retiravam o pescado – nada mais cômodo – e lá surgiram as primeiras fazendas para o cultivo do gado e do ócio. O sul da ilha, no entorno de onde atualmente temos a praia do Areão, foi pouco a pouco sendo ocupado surgindo um novo núcleo urbano. Isto nos faz crer que a paradinha para a defumação do pescado foi se tornando cada vez mais longa...
Fato a se destacar é que seus 17 quilômetros de praias, cada uma com características geomorfológicas e paisagísticas diversas, são convite irrecusável ao ócio. Como resistir, sob o sol ou chuva equatoriais, à proteção dos ajirus, taperebazeiros, cupuaçuzeiros, murucizeiros e outras frutíferas, ao cheiro de peixe a assar lentamente, a brisa das praias de água doce com ondas? Isto sem contar os banhos nos gelados igarapés ou, vencendo o interior da ilha, nos rios que entrecortam matas densas de terra firme e manguezais!
Neste ritmo Mosqueiro foi se desenvolvendo até a população ser elevada à categoria de freguesia em 1868 e à vila em 1895, sendo a porção sul a sua sede.
Um lugar como esse não ficou alheio ao influxo econômico do ciclo gomífero do limiar dos séculos XIX e XX. Tendo a Vila uma ocupação crescente, a cerca de 40 quilômetros, por mar, da cidade de Belém, facilitou o acesso àqueles que queriam construir vivendas para o seu descanso. Desta forma, tanto os ingleses da "Pará Electric Railways Company", responsáveis pela instalação de energia elétrica e de meios de transportes interno, quanto alemães, franceses e americanos, funcionários de companhias estrangeiras como a "Port of Pará" e a "Amazon River", e mesmo os endinheirados seringueiros, balateiros e grandes comerciantes da época elegeram a Ilha como local ideal para o descanso. Muitos, inclusive, para se pouparem da jornada por terra até os seus chalés, construíam à frente destes seus trapiches e portos particulares, como os ainda existentes Portos Franco e Artur. Nem se esforçavam em entender esta terra: repetiam nestas plagas a tipologia arquitetônica nórdica e curavam-se de todos os males físicos e espirituais deitados em suas redes acompanhando o remanso da maré.
Atualmente podemos reafirmar esta vocação ao ócio. Não só pelas benesses divinas de seu clima e paisagem, mas por ser tratada como cidade turística de segunda residência. Alheios ao fato de sua população residente vir crescendo ao longo das últimas décadas – especialmente após a construção da ponte Sebastião R. Oliveira, inaugurada em 1976 que permite a ligação rodoviária Belém-Mosqueiro através de 86 quilômetros de estradas em quase duas horas de viagem – não existem indústrias ou mesmo comércio de grande porte nesta ilha que possui dimensão maior que a porção continental do município de Belém. Conseqüentemente o maior empregador é o poder público. Isto é, ou se é funcionário público (com todo o seu estigma) ou pescador, artesão, pequeno empreendedor,... atividades sazonais que levariam a população se esforçar no trabalho umas duas ou três vezes por ano: carnaval, julho e reveillon.
Como disse certa vez uma das herdeiras do mais tradicional hotel do Mosqueiro, o Farol: “Mosqueirense passa o dia esperando a maré encher para ver ela vazar. Passa o ano esperando julho chegar...”
Texto produzido em 2007 e publicado na Revista Pará+, quando eu completava sete anos como mosqueirense.

Escrito por Crodia, trata-se de excerto do blog Overmundo. Postado por Alcir.

Ministério da Dilma

A encrenca de uma coalizão muito ampla



(*) Maria Inês Nassif

Não é bom ter o PMDB como amigo. Pior ainda tê-lo como inimigo. A presidente eleita, Dilma Rousseff, já deve ter percebido o tamanho do barulho que o PMDB faz e a enorme capacidade do partido de desferir golpes rápidos e certeiros em seus aliados, quando o assunto é participação na máquina do governo. Sozinho, o PT, com sua bancada de 88 deputados na Câmara, será incapaz de se contrapor a isso. E não parece ser do perfil da eleita dar nó em pingo d’ água, como conseguiu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à base da estratégia uma no cravo, uma na ferradura.


Pragmático, o presidente Lula, já na formação de seu primeiro governo, acenou para a sociedade como se sua eleição tivesse sido o produto de uma aliança política mais ampla do que realmente foi. A escolha de ministros comprometidos com a política ortodoxa, no campo da economia, teve a compensação que poderia dar naquele momento, diante da grave crise econômica que o Brasil atravessava: a imediata execução do Programa Fome Zero, posteriormente Bolsa Família, que integrou todos os programas de transferência de renda existentes.


O lado mais curioso dessa ampla coalizão (do ponto de vista da diversidade ideológica dos partidos aliados) foi a solução dada por Lula à Agricultura. Lula tomou o agronegócio como prioridade de governo e manteve o Ministério da Agricultura nas mãos de pessoas ligadas aos grupos ruralistas, que deram ao seu governo mais trabalho do que apoio no Congresso. No outro lado da balança, manteve um Ministério do Desenvolvimento Agrário sempre nas mãos de ministros ligados a movimentos sociais pela reforma agrária. A síntese dessa contradição foi um grande apoio ao agronegócio, mas uma política ativa de crédito e transferência de tecnologia voltada para a pequena propriedade e para a agricultura familiar. O Ministério de Desenvolvimento Social trabalhou articuladamente com o MDA junto a essas famílias, que pelo menos no início do governo estavam inseridas nos bolsões de miséria sob a mira das políticas sociais do governo. Agora já devem ter subido um pouco na escala social.


Dilma define políticas públicas antes de escolher nomes


Lula manteve sob permanente conflito o Ministério da Defesa, no segundo mandato sob a batuta de Nelson Jobim, e a Secretaria Especial de Direitos Humanos, primeiro sob Nilmário Miranda, depois sob Paulo Vannucchi, ambos comprometidos com o “direito à memória e à verdade”, ou seja, o esclarecimento das mortes, desaparecimentos e torturas ocorridas durante a ditadura militar (1964-1985). Mais do que seus antecessores, Jobim intermediou as pressões dos militares para deixar as coisas como estão.


No segundo governo, Lula levou às pastas da Economia essa lógica do confronto. Caiu Antonio Palocci, que manteve no Ministério da Fazenda os quadros do governo de FHC e a formulação de política ortodoxa, e colocou Guido Mantega, “desenvolvimentista” – mas com o contraponto de Henrique Meirelles no Banco Central. Acabou dando certo durante a crise a política de forte intervenção do Estado na economia, via Mantega, e de curva muito lenta de declínio dos juros, via Meirelles. Mas o câmbio certamente pagou por isso.


No primeiro mandato, o confronto nas posições de política econômica incluiu também a Casa Civil, sob o comando de José Dirceu. A guerra, aí, não era apenas entre posições sobre política econômica diferentes, mas uma disputa pelo poder no governo e no PT. Com a queda de Palocci e a ascensão de Dilma à Casa Civil, esse foco de conflito diluiu-se e mais tarde, no auge da crise, houve um grande movimento de consenso entre Fazenda, Casa Civil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em torno de medidas anticíclicas que se mostraram mais eficientes do que a política ortodoxa adotada no governo anterior como resposta a sucessivas crises internacionais.


O bloco que está sendo articulado pelo PMDB com os pequenos partidos de direita na Câmara pretende puxar o governo para um ministério não apenas com muitos pemedebistas, mas mais conservador e menos progressista, em relação à dosagem feita por Lula. Para o PT, existe a opção de fazer também um bloco à esquerda, com os pequenos partidos de esquerda, mas ainda assim organizaria um bloco menor do que o conseguido pelo PMDB.


Resta saber como Dilma reage a esse tipo de pressão. Até o momento, pelas notícias saídas da equipe de transição, ela parece não ser partidária da lógica do conflito, que definiram, ao fim e ao cabo, os resultados do governo Lula. Dilma tem feito primeiro as formulações de políticas públicas. Os nomes, ao que tudo indica, virão depois de definido o rumo que ela quer para cada área. Na política econômica, já deixou claro que não trabalhará com a contradição entre política econômica heterodoxa e política financeira ortodoxa. É certo que o Brasil é outro – e Lula assumiu sob um quase default -, mas a presidente eleita declarou, com todas as letras, que perseguirá uma política de juros menores. O presidente do BC terá de se adequar a isso. Tem expressado também que aprofundará as políticas sociais de transferência de renda. Agora, é ver com adequa as políticas à escolha dos nomes.


A articulação de setores do DEM para incorporar o partido ao PMDB é assunto que, nesse momento, voltou para a gaveta. A avaliação feita pelo partido, na reunião da Executiva ocorrida na terça-feira, é a de que a articulação foi comprometida pela precipitação de alguns setores. Isso teria de ser articulado com muita habilidade, sob pena de provocar grandes resistências de diretórios regionais. E foi o que acabou acontecendo.


O interesse mais imediato na história é do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. E a quem a maioria atribui a culpa de ter levado o partido a apoiar José Serra, contra a convicção de quadros políticos importantes, de que o tucano paulista teria poucas chances de vitória. O filme do prefeito está um pouco queimado. E a discussão do que fazer com o partido foi adiada para depois da posse do novo Congresso.

(*) Maria Inês Nassif, do Valor Econômico

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Até para preconceito tem que haver um limite senão…

 

Tem gente que não consegue segurar seu preconceito, o cara aí abaixo passou a campanha eleitoral satanizando Dilma e Lula.
Declaradamente serrista de carteirinha, o caubói se revela plenamente em pleno dia 15 de novembro, quando se celebra a Proclamação da República.
Vejam com atenção barbarizante preconceito dele contra a política de crédito do governo federal que permitiu aos pobres brasileiros comparem carros.
Nome da criatura?
Luiz Carlos Prates, comentarista e colunista da TV RBS (Rede Globo) , de Santa Catarina.

Chega a lembrar um dos mais tristes episódios nos periodos de guerra do século passado, até parece que incorporou Adolf Hitler.

 

Deu no Blog do Hiroshi Bógea e no Jornal do SBT edição Local

Quinta-feira, Novembro 18, 2010

Wlad ameaçado de cassação

O Ministério Público Eleitoral (MPE) encaminhou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Pará representação em que acusa o candidato à reeleição como deputado federal, Wladimir Afonso da Costa Rabelo, o mais votado no Estado para a Câmara dos Deputados, de oferecer gratuitamente cursos de informática para conseguir votos. Caso a Justiça considerá-lo culpado, Wladimir Costa poderá ficar impedido de tomar posse ou será cassado.


Segundo a representação, enviada ao TRE em na última sexta-feira, 12 de novembro, o candidato agiu com o apoio do irmão, Wlaudecir Antônio da Costa Rabelo, e de um funcionário de uma rádio em Itupiranga, no sudeste paraense. Alunos do curso de informática confirmaram ao MPE que propaganda feita por carro de som no município informava que Costa era o proprietário da rádio Jovem FM, onde o curso era oferecido.


O coordenador da rádio e coordenador da campanha do candidato, Murilo Santos Ferreira, afirmou que o curso era promovido pela própria sociedade W. A. C. Rabelo e Cia Ltda., permissionária da rádio.


O curso, oferecido gratuitamente a estudantes com mais de 15 anos de idade, começou em 12 de setembro, com previsão de término em 12 de dezembro. Segundo depoimentos de instrutores, 1180 alunos foram matriculados, sendo 840 na sede do município de Itupiranga e 340 no distrito de Cajazeiras.


“Embora a empresa permissionária da rádio responsável pelo curso não tenha, formalmente, como sócio o representado Wladimir Costa, a apuração realizada deixou claro que é de reconhecimento unânime no município a vinculação entre o candidato e a rádio, sendo ele tido como proprietário pelos habitantes do local”, observam os procuradores eleitorais André Sampaio Viana e Bruno Araújo Soares Valente no texto da representação.


Wladimir Costa foi o mais votado em Itupiranga, com 4.896 votos, o que representou 22,85% dos votos válidos no município. Segundo o MPE, os números revelam “o sucesso da empreitada ilícita”. Em todo o Estado, Costa teve um total de 236.514 votos.


A representação do MPE ao TRE ressalta que, para configurar-se compra de votos, não é necessário que haja pedido expresso de voto, bastando a evidência de que a vantagem foi oferecida para a obtenção da contrapartida.

Nº do processo: 309411.2010.614.0000 – TRE/PA

Nota do blog: esse lance descoberto pelo MPE é do conhecimento de toda a população de Itupiranga. Ali, o candidato Wlad promoveu verdadeira farra de conquista ilícita de votos - bem como em diversos outros municípios paraenses. A vinculação do nome do parlamentar às emissoras de rádio comunitárias de sua propriedade, em diversas localidades, foi fator decisivo para o universo de votos obtidos pelo folclórico arremedo de político.

Nota do Blog 2: Enquanto isso em Mosqueiro…, essa história todos já conhecem…

Eleição Para Conselho Tutelar Em Mosqueiro

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PROPOSTAS

v Garantir integralmente, dentro da comunidade e diante dos Órgãos Públicos o que dispõe os Artigos 4º, 7º, 8º, 9º, 10º, 11º, 12º, das Disposições Preliminares do ECA. Fiscalizando e requisitando sempre mais apoio e atenção;

v Requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança;

v Fazer do Conselho Tutelar um elo de ligação com a comunidade, discutindo o ECA nas igrejas, centros comunitários e escolas.

Quem é a Candidata a Conselheira Lucinha?

v Nascida e criada em Mosqueiro;

v Participou da OPJ;

v É Auxiliar Administrativo na Escola Carananduba;

v Coordenou o Departamento de Crianças e Adolescentes da Igreja Assembléia de Deus;

v Gerente da Pousada Coco da Praça, na praia do Marahú;

v Cursos Profissionalizantes: Telemarketing; Auxiliar em segurança; Computação; Liderança e Condutora de Turismo.

Eleição Dia 03 de Dezembro de 2010

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Novos Candidatos companheiros nossos para Conselho Tutelar Em Mosqueiro

DIA 03/12 É RICARDO BRITO & RAIMUNDA CÉLIA CHAPA 04

MEU VOTO É RICARDO BRITO & RAIMUNDA CÉLIA CHAPA 04

Quem é Ricardo Brito?

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Ø É natural de Mosqueiro, filho de Eduardo Brito e Guiomar Monteiro. Formado em Farmácia, possui Pós Graduação em Epidemiologia e Controle da Infecção Hospitalar pela UFPA e é ainda Agente de Desenvolvimento Local para a América e Caribe pelo SENAC-SP.Em 2007, foi eleito presidente do Centro Comunitário do Aeroporto, exercendo a função até 2009. Como presidente construiu uma sala para abrigar o Infocentro(programa de inclusão digital) pelo qual conseguiu levar para o local. Lutou e conseguiu levar ao bairro do Aeroporto uma Creche mais digna, que hoje atende mais de setenta crianças. Construiu e inaugurou o muro do Centro Comunitário um sonho de há quase 30 anos dos moradores, que trouxe segurança as crianças e jovens que utilizam a quadra e suas dependências. Apoiou ações culturais para o fortalecimento da sociedade civil, com ações voltadas as quadrilhas juninas Aerobicha,Amizade Colorida e a Festividade de S. Antônio. Essas e outras ações visam cumprir algumas metas que é fazer a inclusão social dos nossos jovens e crianças, resgatando os mesmos que vivem em situação de risco.

Por tudo o que o Ricardo Brito significa para a sociedade mosqueirense é que o apresentamos como nosso candidato ao Conselho Tutelar de Mosqueiro!

Quem é Raimunda Célia?

Ø Mais conhecida como MÃE NENÊ, é umbandista e moradora de Mosqueiro há 51 anos. Tem trabalho com a comunidade Afro-religiosa há 31 anos. É idealizadora da festividade de Iemanjá na Praia do Farol há 25 anos e hoje é reconhecida como uma das principais lideranças do Bairro do Farol. Com o reconhecimento ganhou do Governo Federal a Coordenação do Projeto Social Fome Zero nas Ilhas, que tem a participação de 100 famílias em todos os bairros de Mosqueiro.

Quer ser conselheira tutelar para lutar por uma juventude mais pluralista culturalmente!

MEU VOTO É RICARDO BRITO & RAIMUNDA CÉLIA CHAPA 04

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Temos um novo Blogueiro

Apresento abaixo um dos poemas do companheiro Graciliano Ramos Milhomen, bem como o endereço de seu blog que logo estará com um link ao lado dos blogs compartilhados e/ou seguidos por nossa companheirada.

http://www.gracilianoramosmilhomen.blogspot.com/

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O RETIRANTE

Autor: Graciliano Ramos

 

 

Botou o pé na estrada

Sua mãe lhe abençoou

Nesta longa caminhada

Com saudade da terra amada

Outro rumo ele tomou.

 

A viola no pescoço

O chapéu de barbicacho

Ele ainda muito moço

Curtindo o alvoroço

Do sertão de cabra macho.

 

Naquele seco sertão

O sol a pino escaldante

A poeira cobria o chão

Porém não foi tão em vão

O destino do viajante.

 

Uma cabaça com água

Um pedaço de rapadura

Os olhos rasos d’água

O coração cheio de mágoa

Segue em busca de aventura.

 

No meio da caatinga

Ouve o chocalho da cascavel

Olha a bica que nem pinga

Vê as pegadas na tabatinga

De um cavalo a tropel.

 

A tarde indo embora

Ao canto da acauã

O medo do caipora

Ele conta cada hora

À espera do amanhã.

 

Tão distante o galo canta

Ele marca a direção

De repente se levanta

Pés no chão se adianta

Como um faminto cão.

 

Prossegue o retirante

A sua vista não falha

Da tiririca cortante

Ele vê tão distante

Uma casa de palha.

 

A moça levanta e para

Traz no semblante o sentimento

Seu marido lhe deixara

O viajante vê em sua cara

As marcas do sofrimento.

 

Ela a roupa enxágua

Deixando a gamela no chão

Vai ao pote tirar água

Esquecendo a sua mágoa

E lhe oferece com satisfação.

 

E viveram felizes para sempre!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Uma pergunta que não quer calar: Cadê a biblioteca.

 Deu no Amazônia jornal do dia 07-11-2010   .

De acordo com Ana Esmeralda Medeiros, diretora da biblioteca Avertano Rocha, o casarão do educandário está destinado para a construção de uma biblioteca. "O projeto existe e estamos em fase de finalização. O repasse ao município já foi feito e a construtora responsável pela obra já foi escolhida. A expectativa é de que no início de dezembro a obra comece. A intenção é a de entregar o espaço pronto até março de 2011", afirmou Esmeralda.


Essa é para o nosso agente distrital e seus assessores representantes do ministério da cultura . Cadê a biblioteca publica do educandário nazareno ? não fujam de suas responsabilidades ! A COMUNIDADE MOSQUEIRENSE ESPERA RESPOSTAS , NÃO CHORORO BARATO !


CADÊ A MOBILIZAÇÃO COM A COMUNIDADE ? SEJAM CORAJOSOS E CHAMEM UMA REUNIÃO URGENTE PARA ESCLARECIMENTOS !

Casarões históricos viram ruínas na ilha.

deu no Amazônia
Edição de 07/11/2010



Em Mosqueiro, Construções do século passado estão caindo
Noely Lima
Da Redação

Casarões e chalés históricos do distrito de Mosqueiro passam por um triste processo de degradação. Sofrendo com a ação do tempo, os casarões da ilha estão em estado de abandono e servindo de abrigo para a marginalidade da área. Um dos casos que mais choca os que se preocupam com a preservação do rico conjunto arquitetônico da ilha é o caso do antigo educandário Nazareno, localizado na orla da avenida Beira Mar, próximo à praia do Bispo. 

A ação do tempo, aliada ao abandono do poder público, transformou o espaço em um dos maiores exemplos do descaso com o patrimônio histórico na ilha. Com as paredes rachadas e a estrutura do telhado toda comprometida, o prédio ainda preserva o brasão da Prefeitura Municipal de Belém, que o identifica como um prédio público. Tamanho o abandono do imóvel, que a edificação está sustentada apenas por troncos de árvores que cresceram no interior do casarão. "Pelo menos não corre o risco de desabar, pois os troncos das árvores estão segurando o prédio. Hoje a área externa do imóvel serve para o pasto, pois tem sempre um cavalo amarrado na área. Recordo do período em que essa área era ocupada pelos estudantes do educandário. É uma situação lamentável e muito triste", declarou o comerciante Mário Augusto Costa, que reside há 30 anos na ilha.

Nascido e criado na ilha de Mosqueiro, o morador Edmilson Macedo dos Santos lamenta o abandono em que se encontra o antigo educandário. "Este imóvel faz parte da minha história, pois estudei e morei neste prédio na época em que ele abrigava o educandário das freiras. Depois que a irmã responsável pelo colégio faleceu, os estudantes tiveram que deixar o local. Vejo este abandono com muita tristeza, pois é um patrimônio que guarda parte da história de Mosqueiro", declarou o morador, enquanto observava o que restou da estrutura do prédio. 

Segundo ele, o casarão está abandonado há mais de 20 anos e hoje serve como abrigo de marginais. "É uma situação lamentável, pois o prédio poderia ser revitalizado para abrigar uma biblioteca pública. É um espaço excelente e bem localizado e seria o local ideal para o projeto de uma biblioteca pública ou outro espaço cultural. Seria uma forma de preservar o patrimônio histórico e beneficiar os moradores da ilha, que ganhariam um espaço de leitura", argumentou o morador. 
De acordo com Ana Esmeralda Medeiros, diretora da biblioteca Avertano Rocha, o casarão do educandário está destinado para a construção de uma biblioteca. "O projeto existe e estamos em fase de finalização. O repasse ao município já foi feito e a construtora responsável pela obra já foi escolhida. A expectativa é de que no início de dezembro a obra comece. A intenção é a de entregar o espaço pronto até março de 2011", afirmou Esmeralda. 

Localizado na orla da praia do Porto Arthur, o casarão Briconly ainda se mantém em pé, apesar do adiantado estado de degradação. A estrutura original do imóvel datado da primeira metade do século XX já começa a ruir. Impossível passar indiferente à arquitetura do chalé, já que o casarão fica localizado na orla da avenida Beira Mar. "É o retrato da falta de vontade do poder público municipal, pois a revitalização do patrimônio arquitetônico de Mosqueiro é dever do município, já que esta ilha é um distrito de Belém", observou a aposentada Ana Amélia Santos, que reside há 50 anos na praia do Murubira. 
"Manter um prédio histórico não é fácil"
Um paraíso arquitetônico localizado às margens da quase desconhecida praia do Bispo. O Canto do Sabiá é um dos mais importantes casarões no centro histórico de Mosqueiro. Construído no início do século XX em estilo germânico, o casarão até hoje conserva o amarelo das paredes e o verde das grades. Em meio ao amarelo desbotado das paredes e outras relíquias, uma velha escadinha de madeira leva diretamente ao rio. "Esse imóvel pertenceu ao meu avô, que passou ao meu pai e hoje estou tentando preservá-lo. Cheguei a morar aqui, mas depois me mudei para Belém com a família. Atualmente, minha sogra está residindo no local", declarou Andreas Krueger, proprietário do imóvel. Segundo ele, a falta de recursos financeiros é um dos principais entraves na preservação do patrimônio. "Manter um prédio histórico como este não é nada fácil, pois os custos são altos, já que não podemos fazer modificações na estrutura externa. O material original utilizado na construção é caro, pois se trata de um imóvel de origem alemã. Apesar de todas as dificuldades, estou tentando buscar apoio para preservar o espaço. Confesso que as dificuldades existem, mas já conseguimos algumas parcerias, como com a PMB, que está fazendo uma limpeza em toda a área de jardinagem do casarão", comentou Krueger. 

Os danos causados pelo intenso tráfego de veículos no entorno do imóvel também foi destacado pelo proprietário como um ponto negativo. "O impacto na estrutura do prédio é inevitável, pois o Canto do Sabiá fica localizado justamente no final da rua Nossa Senhora do Ó, que é uma via com fluxo de veículos intenso em direção à vila. Não há dúvidas de que o tráfego de veículos pesados vem abalando o casarão, pois se trata de uma estrutura com mais de 100 anos", relatou.

Restauração passa pelas três esferas
A maioria das edificações data da primeira metade do século XX, com modelos copiados da França, Alemanha, Suíça e Bélgica. Grande parte dos chalés está concentrada na orla das praias do Chapéu Virado, Farol e Murubira.

Mas o abandono dos casarões não é um problema encontrado apenas na orla da avenida Beira Mar. Na esquina da rua Coronel José do Ó com a travessa Pratiquara, na Vila de Mosqueiro, um casarão em ruínas chama a atenção. 

A estrutura do prédio ainda preserva os azulejos portugueses, escondidas entre o mato e o lixo que toma conta do interior do prédio. "Há vários objetos roubados escondidos aí dentro, pois os bandidos utilizam este espaço para guardar roubo", declarou o açougueiro Milton Amaral, que reside próximo ao casarão. "Lembro da época em que este imóvel ainda possuía moradores. Não sei o motivo do abandono, pois é um prédio que poderia ser recuperado para servir de moradia ou até mesmo para abrigar um comércio", completou o açougueiro. 

De acordo com a assessoria de comunicação da Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel), a restauração dos casarões e chalés privados de Mosqueiro é de competência dos proprietários dos imóveis. Segundo a assessoria, para fazer qualquer obra nos casarões é necessário que o proprietário encaminhe projetos ao Departamento de Patrimônio Histórico (DPH) das três esferas, federal, estadual e municipal. 

A prefeitura de Belém faz uma análise prévia do projeto e acompanha as intervenções feitas pelo proprietário. A maior preocupação é a de preservar a estrutura original do prédio.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Dilma terá cerca de R$ 9 bilhões a mais para educação e desafio de melhorar ensino público no Brasil

País ainda tem crianças fora da escola e poucas vagas em universidades

Amanda Polato, do R7

Hélvio Romero - 19.08.2010/Agência Estado

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Acesso a escolas aumentou nas últimas décadas, mas há crianças
que estão matriculadas e não aprendem a ler e escrever

A presidente eleita Dilma Rousseff (PT) vai ter muito trabalho pela frente no que se refere à educação. O Brasil conquistou avanços importantes nas últimas décadas na área, como a inclusão de mais de 90% das crianças e jovens nas escolas. Mas o país ainda patina em muitas questões, em especial no quesito qualidade do ensino. No primeiro ano de seu governo, Dilma já terá uma vantagem significativa: há a estimativa de mais de R$ 9 bilhões a mais no caixa no MEC (Ministério da Educação).

Em 2009, durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, foi aprovada uma medida que era reivindicação antiga da área: o fim da DRU (Desvinculação das Receitas da União). O mecanismo permitia o bloqueio de 20% das verbas destinadas à educação para que o governo pudesse usá-las em outras áreas. O desbloqueio tem sido gradual e, a partir de 2011, será total. 

Os esforços do MEC no próximo governo devem ser direcionados para o que ocorre nas salas de aula, apontam os especialistas. A diretora executiva do Movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz, explica que, com a redemocratização, na década de 1980, o país conseguiu aumentar o acesso às escolas, mas ainda temos o desafio de “universalizar a educação de qualidade”.

1. Qualidade de ensino

Uma das formas de medir a qualidade é o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), que aponta nota nacional média 4, na segunda etapa do ensino fundamental, em uma escala que vai de 0 a 10. Recentemente, a ONU (Organização das Nações Unidas) divulgou um ranking de desenvolvimento humano que coloca o Brasil no mesmo patamar do Zimbábue e do Quênia quando se considera anos de estudo da população. O Brasil está atrás de cinco países da América Latina no ranking de educação.

Priscila Cruz diz que a preocupação com a aprendizagem e com a qualidade das escolas deveria ser prioritária para Dilma Rousseff, a presidente eleita.

- Precisamos assegurar a aprendizagem, que é um direito determinado pela Constituição. Temos carência de um bom diagnóstico, mas realmente muitas crianças chegam aos oito anos sem saber ler e escrever.

Segundo ela, existem muitas formas de fazer isso. Mas é difícil pensar em melhorias sem aumentar investimentos na formação dos professores. Priscila defende que o papel do governo federal seja, principalmente, impulsionar o ensino superior, para que a formação inicial dos docentes seja voltada para a sala de aula, para a aprendizagem.

Professor de políticas educacionais da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Juca Gil diz que uma forma de promover impactos na qualidade do ensino é dar bolsas a universitários de cursos de licenciatura, para que estudem em período integral. Ele também defende salários melhores para professores, principalmente, os iniciais, porque este é um dos principais incentivos para atrair profissionais qualificados para a docência.

2. Acesso à escola

Um problema que parecia ser das décadas de 1980 e 1990 ainda persiste, embora em menor proporção. Mais de 90% das crianças e jovens entre 4 e 17 anos já estão na escola. Mas, de acordo com estudo do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), ainda há 680 mil, entre 7 e 14 anos, longe dos estudos. Além disso, apenas 17% dos pequenos com até três anos têm acesso a creches. Maria de Salete Silva, coordenadora de programas educacionais do Unicef, explica que, na média, a situação do Brasil é boa, mas ainda há muita desigualdade.

- Justamente quem mais precisa de educação não tem acesso a ela. Regiões mais pobres, zonas rurais, áreas indígenas, por exemplo, deveriam ser prioritárias nas políticas.

Para a coordenadora, no caso das creches, é preciso considerar as áreas onde há mais demanda por elas, já que o nível de ensino não é obrigatório.

Juca Gil avalia que é fundamental construir mais creches, mas isso deve ser feito considerando as características de cada cidade.

- O ProInfância [programa do governo federal] criou um modelo de creche, único, que as prefeituras aceitam ou não. Se o município não tem o terreno no tamanho que o governo federal determinou, não vai poder ter a creche. Esse é um papel que o governo não pode continuar tendo.

Ele lembra que o déficit de prédios é muito grande.

- É importante saber que nenhum presidente vai dar conta do déficit em apenas quatro anos.

3. Analfabetismo

Outro problema antigo que ronda os brasileiros é o analfabetismo. A Síntese de Indicadores Sociais, divulgada em setembro pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostra que existem 14 milhões de analfabetos no país. Juca Gil conta que mais de 80 anos de campanhas educacionais ainda não foram capazes de resolver a questão.

Segundo ele, faltam políticas para áreas “precaríssimas”, onde a pobreza e a dificuldade de acesso impedem a frequência escolar. O ideal, diz o especialista, é que os professores cheguem aos estudantes, mesmo que sejam poucos ou até mesmo um único. Gil defende ainda a integração de projetos de alfabetização ou outros sociais e de impacto econômico, como geração de renda.
Maria de Salete lembra que o combate ao analfabetismo é importante para a educação básica, já que, hoje em dia, muitos pais enfrentam dificuldades para acompanhar a vida escolar dos filhos.

Priscila Cruz defende uma intensificação de esforços para a alfabetização de crianças até os oito anos de idade, para que o país acabe com o analfabetismo funcional. Ela lembra que o fato de uma criança não saber ler e escrever a impede de aprender outras disciplinas, como matemática, história, geografia, entre outras.

Cerca de 20% da população com 15 anos ou mais enfrenta problemas com o analfabetismo funcional, segundo o IBGE. Eles têm menos de quatro anos de estudo completos e conseguem cumprir tarefas simples, como assinar o próprio nome, mas não são capazes de ler e escrever livremente.

4. Investimentos em educação

Atualmente, o país investe, aproximadamente, 4% do PIB (Produto Interno Bruto) na educação. Especialistas divergem quanto ao valor a ser investido na área. O Movimento Todos pela Educação, por exemplo, defende investimento mínimo de 5%.

Juca Gil diz que o Brasil precisa de um investimento de fôlego, como 10% do PIB, para superar desigualdades, já que ainda há escolas sem banheiros, água, luz, bibliotecas e sem condições para o aprendizado.

A especialista do Unicef, Maria Salete, diz que “não adianta apenas aumentar os recursos".

- Em educação, nenhuma medida é capaz de melhorar sozinha a situação. Deve haver um conjunto articulado de ações, com foco no aprendizado das crianças.

5. Ensino técnico e superior

Temas muito citados durante a campanha eleitoral, os níveis técnico e superior são desafios importantes, apesar de melhoras consideráveis nos últimos anos. Mas a prioridade deve ser mesmo a da educação básica, defende a diretora do Todos pela Educação. Isso porque, sem melhorias nesta etapa, será muito difícil melhorar as outras.

Priscila Cruz diz que não é possível saber, ao certo, qual é a demanda do país por ensino técnico, mas existe a sensação geral de que faz falta. No ensino superior, é mais fácil ver a deficiência. Segundo o IBGE, apenas 48% dos jovens de 18 a 24 anos frequentavam universidades em 2009. No entanto, é possível ver uma evolução (boa parte dela durante o governo Lula): dez anos antes, em 1999, menos de um quarto deste grupo populacional (22,1%) estava matriculado em um curso superior. Apenas 15,2% da população ativa têm mais de 11 anos de estudo (ensino superior incompleto ou cursando).